Ana e Joubert Perez – Igreja UNASP EC
A palavra decoração deriva do verbo decorar cuja origem etimológica está em decorare, termo latino que significa “ornar, enfeitar, honrar, dignificar”. Existem vários motivos para a decoração de ambientes e tais motivos têm, em geral, relação com os efeitos produzidos.
Uma tendência atual do Design de Interiores é o “Urban Jungle”, um estilo de decoração que consiste em incluir plantas e elementos ligados à natureza concentrados no interior das residências, com o objetivo de criar uma atmosfera de natureza no interior de moradias urbanas e proporcionar uma sensação de aconchego e bem-estar. Não se trata de um apelo apenas estético, mas da necessidade de aproximar quem vive nas grandes cidades do meio ambiente.
Na verdade, o urban jungle é apenas um indício, um sintoma da atração aparentemente inexplicável que o ser humano sente pelas obras criadas por Deus. As longas filas de automóveis amontoados nas vias de acesso ao litoral, nos finais de semana, atestam que as pessoas não foram feitas para viverem em selvas de concreto. São criaturas de Deus criadas para viver no Jardim do Éden.
A decoração como forma de adoração
Então, quando refletimos sobre a importância da decoração na igreja, não podemos esquecer jamais que essa criação de Deus manifesta Sua glória e Seu grande amor por nós. Apesar de manchados pelas consequências do pecado, as árvores, flores, frutos, a relva verde, enfim, criados no terceiro dia da Criação, ainda conservam beleza e servem como pistas, rumores do Jardim do Éden e o seu Criador. São como um convite a nos volvermos para Ele. As obras criadas não se confundem com o criador, nem foram feitas para ser adoradas, como defendem os panteístas. São apenas vestígios que nos levam a adorá-lo na beleza de Sua santidade.
Um arranjo de flores, portanto, não é como uma escultura entalhada em madeira. Ele lembra da centelha de vida conferida pelo Criador. Quando morre vira novamente semente que perpetua o milagre da vida. O entalhe de madeira não. É por isso que sentimos atração irresistível pelas belezas naturais. Michelangelo ordenou a seu famoso Moisés: “- Fala, Moisés”. Mas seu Moisés permaneceu imóvel. O arranjo de flores se move por meio do princípio de vida dado por Deus. Por isso testemunha e louva a Deus toda vez que adorna e honra a Casa de Deus.
Como bem lembra E.G. White: “Deus é amor” – acha-se escrito em cada botão que desabrocha, nas pétalas de cada flor, em cada haste de relva. Embora a maldição do pecado tenha feito a terra produzir espinhos e cardos, há flores sobre os cardos, e os espinhos estão ocultos pelas rosas. Todas as coisas em a natureza testificam do cuidado terno e paternal de nosso Deus, e de Seu desejo de tornar felizes seus filhos.” (PP 441).
Em seu livro A Ciência do Bom Viver pp.265, ela também escreve, “o corpo e a alma experimentarão alívio. A inteligência despertará, a imaginação será estimulada, e preparado o espírito para apreciar a beleza da Palavra de Deus.”
Quão bom seria se todos nós, ao adentrarmos as portas da igreja, e contemplar uma decoração voltada para a natureza, pudéssemos, reverentes em silêncio, desligados do mundo, orar e agradecer a Deus por seu cuidado e pelas belas obras criadas por Suas mãos.
Por que é apropriado decorar a igreja quando vamos adorar a Deus? O Salmo 98 nos responde: “Cantai a Deus um cântico novo porque ele tem feito maravilhas…” Se tivermos ouvidos atentos, ouviremos a voz das flores e de todas as árvores e ervas do campo louvando a Deus e nos convidando a fazer o mesmo.