Algumas passagens bíblicas se tornam complicadas de entender, e acreditar, quando tragédias acontecem. Mesmo para mulheres de fé pode ser um desafio compreender o agir de Deus quando a tristeza parece não ter fim. Diante das enchentes do Rio Grande do Sul, somos tentadas a nos perguntar: onde está Deus? Mas a pergunta que deveria ser feita é: onde estou eu diante do sofrimento do meu irmão?
A nossa leve e momentânea tribulação
No livro de 2 Coríntios, no capítulo 4, está escrito: “Pois a nossa leve e momentânea tribulação está produzindo para nós um peso eterno de glória incomparável. Portanto, não nos deixamos abater, porque, embora exteriormente estejamos a desgastar-nos, interiormente estamos sendo renovados dia após dia.”
Não parece justo qualificar o sofrimento de milhares de pessoas como “leve e momentâneo”, afinal, além das vítimas fatais e desaparecidos, famílias inteiras perderam tudo o que tinham, e não há perspectiva de dias melhores. Ainda sim, precisamos entender que a vida precisa ser encarada de um ponto de vista celestial e eterno.
Se pensarmos que tudo o que somos e temos se limita aos anos que vivemos aqui, um desastre tão significativo representa perdas que podem levar a vida inteira para serem recuperadas. Contudo, diante da vida eterna, oferecida por Cristo Jesus, 100 anos não passam de uma breve provação.
O risco que corremos ao tirarmos os olhos do céu é de sucumbirmos aos desafios inevitáveis de viver em um mundo de pecado. Sem dúvidas, o inimigo de Deus se empenha em causar dor aos Seus filhos, mas Ele em todo o seu amor sofre ao nosso lado e promete enxugar cada lágrima derrubada.
Onde estou eu, diante do sofrimento
O dever de todo cristão, inclusive das mulheres em missão, é oferecer alívio em meio ao caos, como o bom samaritano fez ao homem que estava machucado pelo caminho. Isso significa que o exemplo de Cristo deve ser seguido “ao pé da letra”, alimentando o nosso próximo com o pão físico e espiritual.
A ADRA tem feito um trabalho exemplar nas cidades afetadas pela enchente, e tudo isso só é possível graças às doações de milhares de pessoas que atenderam ao pedido de socorro da população atingida. Voluntários preparam alimentos, organizam doações, arrecadam recursos e oferecem um ombro amigo aos que precisam de consolo.
Diante de tantas possibilidades, onde estamos nós? Será que somos um elo importante nessa corrente do bem ou nos damos por satisfeitas ao observar o serviço feito por outros?
Que esses dias terríveis nos abram os olhos para a realidade que não podemos negar: este é um mundo mal, e a paz só existirá de forma plena quando estivermos com Cristo, no céu. Mas que nosso coração esteja sensível ao chamado do Espirito Santo, nos levando a empregar nosso tempo, nosso talento e nosso tesouro em favor de quem não tem mais nada.